segunda-feira, 19 de março de 2012

a vida (e o blógue...) teima(m) em fazer sentido


 Então ouço dessas de novo esses dias:
- Mas é que em seu blog você fala só de você...

Pooooxa!
Mas a idéia é essa...

Já falei sobre isso aqui...

E é verdade. Pois se eu quisesse falar de outras coisas, falaria. Como ás vezes o faço...
Falo de mim porque é a parte que me cabe nesse mundo. E olha que às vezes até acho que falo demais... Ô fofo, estou tão ‘desinteressante’ assim?
Veja... Não falo dos outros nem nada de ninguém (raríssimas vezes os fiz.... e em outras o fiz muito contidamente, de forma a não comprometer ninguém)  propositalmente.
Pura discrição da minha parte.

Uma elegância...

Mas falo de mim de um jeito peculiar também...
Sem medo de destruir o ego!
Sem crises (com isso, pelo menos... as crises aqui são outras)
Falo do avesso. Do falho. Do lado B.... Das fraquezas, das mazelas, das agruras e dificuldades, das esquisitices humanas (ou minhas) também. Falo honestamente. Sincera e abertamente. Um pequeno expurgar das paranóias.
Pequenas sátiras da vida real.
E a vida é real.

E vamos falar sério?
Falar de si mesmo, assim intimamente, não é pouca coisa, não!
Falar de si mesmo, postando fotos no facebook (o shangrilá contemporâneo, né... onde todos são felizes, sorridentes, enturmados, cheios de amigos, vivem de oba-oba para lá e para cá), é fácil!!!!
Quero ver falar das suas feridas!
Das suas inquietações!
Quero ver expor a sua intimidade em desabafos genuínos!
Isso aqui é o (real e verdadeiro) espiar por um buraco da fechadura. Buraco que eu permiti existir, ok.
Mas é.
É a vida como ela é...

 E por falar em facebook, reparei que desde que “lá entrei” passei a ser mais disciplicente ou preguiçosa com o blog...
Vejo o tal como um blog coletivo, né. Passei a lá mesmo fazer algumas observações, expor algumas opiniões, registrar alguma história.... O blóguinho perdeu um tanto com isso... reconheço. (se já era lerdo e desatualizado, agora então...).
E ainda “por falar em facebook”.... Cade a autenticidade e a opinião própria na coisa?!? Cade mesmo?
Endosso a campanha de uma amiga (e se aqui fosse o FB ela iria virar um link na citação) de “assinar suas próprias aspas”!
É isso!!! Diga uma (ao menos, uma) frase sua! Fale o que você pensa e sente!
Porque repetir o que os outros disseram é fácil. Tomar os questionamentos dos outros como se fossem os seus é raso. Botar foto do cachorrinho coloridinho dizendo que odeia a segunda-feira é uma galhofa.... Agora me diz qual é a sua opinião a respeito! Qual é a sua impressão própria sobre um fato.
Tá... eu pego leve.
Sei que a humanidade é movida a identificações... se identifica com algo, quer mostrar isso para o mundo também. Mas não é só isso!

É o olhar para dentro de si mesmo...
E vou te falar... não é fácil, não. Não mesmo.
É mais fácil se esconder em superficialidades... Olhar para o que é seu é um desafio (mesmo se este for só uma graça, ou uma coisa sem graça).
Você encontra as suas asas mais coloridas e os seus buracos mais obscuros.
Lembro que certa vez li uma frase de uma monja querida, que era mais ou menos assim (e sim! Agora eu me permito usar frases dos outros!): “se você botar panos quentes em seus questionamentos, uma hora eles explodem”.
Sacou?
Botar o que é seu sabe-se-lá-onde, e ctrl+c ctrl+v de qualquer coisa pronta é uma bobeira... Na boa, coisa do sobrinho adolescente, buscando definições, identidades e identificações que sai por aí vomitando 200 desenhinhos que ele ache engraçado.
Tá.... Tá e tá. Eu pego leve....
Mas sentiu a comparação?
Um adolescente é “O” serzinho sem identidade própria definida ainda (aliás, adolescentes não têm nem formação biológica suficiente para terem critérios, juízos e senso crítico elaborado e definidos de mundo).

E você?

Aí eu pergunto para mim mesma... E eu?

Ok.
Eu...
Eu posso não ser tão interessante aos olhos dos outros.... Mas eu sou assim. E faço alguns desabafos do meu cotidiano, que pode até ser sem graça, mas é meu. É autêntico.
Sou eu experimentando a vida.

E ainda justifico esse bloguinho.... acho que o faço com certa leveza, com certa brincandeira. Consigo rir de mim mesma!!! (e acho isso um privilégio). Consigo me expor em banalidades (de uma forma sutil até) ainda que esteja no campo das esquisitices humanas (das pessoas confusas, alteradas, atrapalhadas, imprecisas, indecisas, caóticas, melancólicas, turbulentas, complexas e complicadas)

Talvez alguém goste, talvez não. Talvez alguém se identifique, talvez não. Talvez alguém ache uma bobeira, talvez não.
Mas para mim é válido anyway. (só o fato de eu conseguir por para fora é um grande feito)

E se estiver tão chato ou “exclusivista” assim -  falando “só de mim ou das minhas impressões sobre o mundo” não leia. Vá ler o globo e achar que isso sim é uma opinião própria sobre algum fato, vá ver novela e achar que o que acontece é a vida real, vá ler o mural dos outros no facebook e achar super legal um cachorrinho coloridinho dizendo que ‘a vida é bela, a gente é que fode ela’.
Vá escrever...

            E sim. Olhar para dentro é meta da minha vida. Conseguir pôr para fora o que vejo e sinto é um desafio e também uma conquista. Pôr aqui no blógue é só amostra grátis, uma citação, por vezes uma insolência, uma leve dose de leveza e algum humor.
           
E se quiser conhecer um pouco mais, me liga, tá! Tomamos uma cerveja presencialmente e conversamos um tanto sobre as opiniões e visões próprias de mundo!

Bem-vindos!



... nessa casa se ouve Radiohead

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