segunda-feira, 22 de junho de 2009

Quem sou eu? Quem sou eu...

Vivo a vida como se cada dia fosse único.
Acho que os são, e sigo vivendo um a um...
Sou uma pessoa complexa.
Já fui complexada.
Sou uma pessoa tensa, que tenta ser apenas intensa.
Ando cada vez mais exigente, rabugenta ou criteriosa.
Acho que estou envelhecendo.
Sou uma pessoa que ama. As coisas, a vida e as pessoas.
E uma pessoa simples, de hábitos simples, mas de gostos apurados.
Gosto de pão francês com azeitona preta. Gosto de azeitona verde, mas não com pão francês.
Gosto do café bem amargo. Gosto do cheiro do café. Gosto do cheiro do incenso da caixinha vermelha com as varetas amarelas, e que eu nunca lembro o nome.
Quando fiz 30 anos resolvi comprar um anti-rugas. Faz 2 anos que eu não uso.
Recentemente me olhei no espelho e pela primeira vez não achei que eu sou feia! (achei que apenas está faltando photoshop...).
Não sou uma pessoa bonita, mas sou uma pessoa interessante.
Sou meio “esquentadinha”... Não sou uma pessoa “de pavio curto”. Eu simplesmente nasci sem pavio.
E ainda assim sou muito zen e tranqüila (até que queiram descobrir se o pavio é mesmo curto...).
8 ou 8.000.
Um poço de contradições.
Sou capaz de ficar quieta, sem emitir um som ou palavra por horas a fio.
Outras horas falo por todos os poros.
Gosto de doces, gosto de doces bem doces, à vezes bem doces, moles e geladinhos.
Mas não como açúcar.
Não gosto de balas mastigáveis, pois sempre acho que vai arrancar alguma obturação... Gosto de balas duras, para mastigar. E, se for o caso, quebrar o dente junto com a bala.
Quando fico sem falar fico rouca.
Quando estou sozinha canto compulsivamente.
Quando estou sozinha, eu danço.
Quando saio para dançar, prefiro ficar sentada.
Tenho preguiça de ir dormir. Mas depois que durmo tenho preguiça de acordar.
Acordar, levantar e funcionar não são processos que acontecem simultaneamente comigo.
Gosto de dormir de meias. E também de dormir pelada.
Gosto de dormir com edredom porque é fofinho.
Acho fofinho uma palavra ridícula, mas nunca consegui achar outra qualidade para o edredom.
Falo a verdade ou não falo nada.
Falo a verdade, muitas vezes sem medir as palavras.
Algumas coisas eu acho que sei.
Milhares de outras eu tenho certeza de que não sei...
Às vezes entendo algumas coisas.
Eterna busca em aprender, entender, tentar compreender.
Tem coisas que eu não consigo entender de jeito nenhum!
Faço relações entre as coisas.
Invento coisas.
Crio, recrio, reinvento.
Faço intervenções sobre e em tudo.
Filosofo demais. Ás vezes faço de menos.
Às vezes sinto que reclamo demais.
Às vezes sinto que falo de menos.
Sinto demais.
Passional.
Eternamente apaixonada. Por algo, por alguém ou por nada.
Não gosto de lâmpada fluorescente. Gosto das lâmpadas de filamento.
Não gosto que me interpretem mal.
Não gosto que duvidem de mim.
Não gosto de bife de fígado. Não gosto nem do cheiro de bife de fígado. Acho que eu nunca comi bife de fígado.
Não gosto de cama mole. Nem de travesseiro alto.
Gosto de historias em quadrinho.
Não gosto de horóscopos. Mas às vezes leio... Se disser algo bom e positivo, acho que acredito.
Faço histórias com letras de músicas. Imagino imagens para músicas. Imagino histórias para músicas. Faço “trilhas sonoras ao contrário”. Acho que faço “trilhas visuais”...
Vivo sem TV, mas não vivo sem um radinho...
Toco mal pra cacete. Acho que por isso ouço (e valorizo...) tanto.
Acredito em Deus.
Não acredito nas Religiões.
Rezo.
E agradeço.
Rezo para santos que eu mesma invento.
Gosto de chocolate. Gosto muuuito de chocolate.
Adooooro sapatos. Mas a primeira coisa que faço em casa é ficar descalça.
Uso sapatos velhos. E também tenho sapatos que nunca usei.
Penduro coisas pela casa.
Penduro coisas por aí.
Escrevo bilhetes para mim mesma.
Às vezes mando cartas para mim mesma. Ás vezes mando e-mails para mim mesma. As cartas têm conteúdo, os e-mails só recados.
Tenho senso de humor. Tenho bom humor.
Tenho senso crítico em constante desenvolvimento. Gostaria que assim o fosse para sempre.
Não acredito em “para sempre”.
Não consigo falar ao telefone e andar ao mesmo tempo... às vezes até consigo, mas não entendo nada do que estou ouvindo nem do que estou andando.
Gosto de rabiscar enquanto falo ao telefone.
Gosto mais de falar ao vivo.
Gosto de falar aos vivos. Mas às vezes converso com os mortos.
Tenhos pingos de tinta em todas minhas as roupas...
Tenho roupas amassadas. Amasso-as propositalmente.
Não gosto de passar roupa.
Não gosto de passar batido.
Não gosto de passar mal.
Tomo whisky sem gelo. Tomo sucos sem açúcar. Tomo sopa quase todo dia.
Não tomo remédios. Às vezes nem mesmo quando precisa.
Gosto de costurar.
E também gosto de cortar.
Queria desenhar mais.
Queria escrever mais.
Viajar mais. Ganhar mais. Amar mais.
Lamentar menos. Sofrer menos. Querer menos.
Quero mesmo é dizer o que sinto.
Quero mesmo é fazer o que penso.


Achei este texto rascunhado e guardado por aqui. Data de abril de 09. Dei uns arremates nele entre ontem e hoje. Li e reli em voz alta. Fiquei convencida de que essa sou eu mesma... (pelo menos hoje, ou até que eu mude de idéia...).
Acho que era um desses textos “para preencher o meu perfil”... Mas devo ter excedido aos “números permitidos de caracteres” (...)
Para constar... Não gosto da vida dentre limites...de números permitidos e proibidos, de perfis e simulações dissimuladas. Gosto da vida vivida e vívida!
Também acho que não caibo em 2 ou 3 páginas de letrinhas. E que vou passar o resto da vida buscando, criando e escrevendo a mim mesma.



... nessa casa se ouve Living Color ....