quarta-feira, 21 de março de 2012

momento “o mundo é nonsense” de hoje



 Tempinho sobrando, sabe como é mulher, né? Vai peruar, bater perna, ver as novidades e gastar por aí...
Então estou eu, formosa e cremosa como sempre (?), fuçando a loja de ferragens. Daquelas boas!!!! Com cacarecos pendurados por todos os lados, daquelas que você não consegue nem saber que cor seria a parede de fundo, um verdadeiro mundo mágico da porca e parafuso... Parque de diversões total.
Então vejo aquele saco liiiindo no chão! Rechonchudo, encostado num canto do balcão.
Peça rara. Coisa fina...
Disparo na hora:
- Ô moço, quero esse saco de presente, pode me dar? O que tem dentro? Deixa eu ver que eu esvazio, arrumo um lugar para você guardar o que for, me deixa ver de perto. – e já vou quase invadindo o balcão do rapaz...
- Tá cheio de saco igual dentro, dona. A gente vende... E o povo compra para jogar entulho dentro.
- O quêêê? Quero um!!! Isso é lindo, uma preciosidade, design notável. Olha a cara da moça... Uma boneca de porcelana! E ainda está escrito (de forma nonsense total) “fubazão, fubá mimoso, quirera fina, quirera grossa, quirera média”, Qué isso?!?
- É mesmo... Tem uma moça aí.
- Me dá aqui esse saco, que eu vou pendurar na parede. Coisa linda de se ver. Parece uma pinup... Olha lá, está até de batonzinho vermelho, um olhão expressivo, né? Sobrancelhinha bem feita, certo ar de “não to nem aí”...
- Pôr na parede, dona?
- Nossa, pra já! – já esticando o saco no meio da lojica – Veja aí, moço. Ela até parece comigo! Eu de franjinha e esse cabelinho álbum-de-casamento-da-tia nessa moldura do Bombril ia ficar igualzinha
- Viiixi, é mesmo – e berra olhando para o estoque – Ê Fulano, “vem-cavê”!!! A dona aqui parece a mulher do saco!

Ganhei um saco de presente!

Voltei para casa (pesaaaaada com a bolsa cheia de ferragens), mas feliz da vida com a nova obra de arte do surrealismo (popular) fantástico :)





... nessa casa se ouve King Oliver and His Creole Jazz Band


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