domingo, 18 de março de 2012

Homens são PA e mulheres são PG


 Outro dia de papo com uma amiga ela pega e fala essa:

- É que homens são PA e mulheres são PG.

Eu já fiquei bolada aqui... Porque já ouvi uma definição de PA que fiquei horrorizada... Sim, eu sou feminista quase ao extremo. E justamente por isso, eu vejo e trato todos como iguais, independente da classificação de gênero... E achei horrorosa essa definição de PA... Por, automaticamente, imaginar o contrário - Eu não vou tratar um homem como um PA.... Porque também não quero ser tachada de BA (?). Existe isso?

Enfim, indignada, soltei na lata:

- Acho essa definição patética.

E ela se choca do lado de lá:

- Como assim? Acho óbvio! Faz todo o sentido do mundo.

- Você só está piorando as coisas. Me assustando e me decepcionando nos valores que tenho por sua pessoa.

- Você sabe o que é PA e PG?

- Olha... PA eu já ouvi falar. É pinto-amigo, não é? PG não sei, não...

Ela, chorando de rir, me explica:

- Claro que não! PA é Progressão Aritmética, PG é Progressão Geométrica, Lembra?

- Claro que não, mas como assim?

- PA é soma. PG é multiplicação... Em forma de equações é muito simples, muito óbvio, definição imediata: PA = + e PG = X. Em termos comportamentais é só parar para pensar e fazer suas associações aí. Veja se não é?

            Parei para pensar e vi que sim... Faz todo o sentido do mundo!
Ainda filosofamos um tanto mais a respeito... Os tais papos que reeeeendem.
            Até a hora em que ela suspira de lá:
- Você é sempre tão inocente e tão apaixonada...

Fiquei p da vida de novo... Duas palavras que não gosto. Não gosto nem de imaginar, não gosto nem de pensar, e, no fundo, no fundo, acho que não gosto por reconhecer que elas existem. Por saber que são reais, e isso por vezes me incomodar tanto....
Acho ainda que essa é “uma impressão”, aos olhos do mundo lá de fora... Pois aqui mesmo, aqui na real definição de mim mesma, não acho que há “ingenuidade”... há o copo vazio que ainda não foi cheio, há a liberdade de nada esperar, da expectativa zero, pronta para receber o que o outro pode me dar, com o que o outro pode encher esse copo. E acho que, naturalmente, como processo da vida, há de ser o bom, o melhor de si. Ingenuidade isso?
Também não acho que eu seja “apaixonada” conforme as definições da sociedade. Sou apaixonada sim, mas pela vida em si. Pelo outro, é consequência (ou seqüela)... É a paixão de ver e sentir e saber que estamos no mesmo mundo, no mesmo momento. Não é uma paixão romântica, não é uma paixão devaneadora, é uma paixão pelos seres humanos... Pelo querer o bem, pelo querer o bem do outro, ou algo assim. Faz sentido isso?

Fez algum sentido aqui...
Sou PG total!
Multiplico tudo aos seus extremos, ao holístico, ao globalizante, ao totalizante, a todas as abrangências da existência humana em si.
Mas acho também que transito entre a adição e a multiplicação... Devo ser então Função Exponencial (?). Regida por Leis Exponenciais no Plano Complexo?
Mas cadê o sentido nisso?!? Porque o termo constante da progressão geométrica é denominado “razão”... E eu, normalmente, não tenho um pingo desta no campo afetivo-comportamental, muito menos no dos relacionamentos... (e eu adooooro quando faço as minhas associações caóticas e literais aqui! :) pura poesia...)
Movida a paixão total (sem ser apaixonada, tá!)

Pelamordedeus!!!!!

Vamos fazer uma sessão de mesa branca aqui em casa?

Junta uma turma boa... Arquimedes, Pitágoras, Ptolomeu, Descartes, Euler, Einstein, Bháskara (e toda sua zen visão indiana), Fibonacci, Galileu, da Vinci, Newton?

Para não ficar muito maçante, ou cheio de papinhos paralelos, pode chamar também Aristóteles, Bacon, Bachelard, Deleuze, Guattari, Descartes, Foucault, Kant, Marx,  Platão, Sartre, Schopenhauer? E mais alguns?

A gente aproveita que são todos vegetarianos, eu faço um jantarzinho bacana, abrimos uns vinhos... Capra acho que ainda está vivo... Pode me ajudar com a louça?



... nessa casa se ouve U2

Um comentário:

DR disse...

E acho Schopenhauer um belo de um machistinha... Mas é aí nas diferenças que o papo enriquece, né?