quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

em sp

Sempre acho que existem anjos por aí que "tocam harpa" nos fios e cabos da cidade...
As fotos foram feitas na breve ida à sp no fim do ano, no caminho para o sítio.
E a variedade de "instrumentos" é grande... tem anjo que toca em pontes modernosas e tem anjos que tocam na periferia.










Essa última é a única que não foi tirada na ocasião. Já é mais antiguinha, e é em SP também.
Era a vista do quarto do hotel. E a laje do prédio é uma loucura... Tem fio, cabo, antena, mas parece que está tudo meio "ajeitadinho".
Nessa, acho que os anjos tocam "reco-reco"...
E tem lá um "homenzinho" sentadinho em baixo, de braços cruzados, que eu nunca soube quem ou o que é...

... nessa casa se ouve o barulho do teclado

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

solidão x individualidade

Mamãe esteve aqui há pouco tempo... madrugada adentro bebendo vinho e falando da vida...
Ela (talvez como toda mãe...) meio inquieta, talvez até aflita, se diz preocupada comigo.

Ok.
Processo normal, atitude natural, preocupação de mãe é uma das constantes invariáveis do mundo.

Mas... então ela diz estar preocupada “com minha solidão” (?).

Fez-se o silêncio por alguns instantes...

Ora, mãe!!!
Pense comigo... Vejo que há um limite delicado, até meio frágil, um limite mesmo tênue, por vezes difícil de identificar, mas que define o que é solidão e o que é individualidade.

Esse limitezinho diz o que é um e o que é outro! Às vezes estes podem mesmo se confundir, se atrapalharem no meio dos processos da vida... mas creio que há sim uma linha que os diferencia, e que nós muitas vezes não os reconhecemos, não os identificamos, não sabemos separar, distinguir ou dissociar as coisas...

E eu continuo...

Mamãe... você tem muito mais estrada de vida do que eu. Já conviveu com família, com pessoas próximas. Casada há mais de meio século, penca de filhos, penca de netos, casa cheia e movimentada...
Em algum momento você já se ouviu e em algum momento pensou “ai... como eu preferia estar sozinha agora” (...)

Fez se novamente o silêncio...

O silêncio que tanto fala. Mamãe suspira e se cala...

E me responde com seus profundos sentimentos... (papo esse que vou preservar e parar por aqui, mas a conversa se estende até 4 e picas da manhã...).

Conto apenas algumas coisas que são minhas...

Não me sinto sozinha.
Sinto-me em companhia de mim mesma.
Prefiro assim. Estou assim porque quero, porque gosto.
Talvez nesse momento, nessa fase, não sei bem... não sei sobre “comos” e “quandos”... sei de meus porquês.

Algumas vezes sim, sinto falta de uma companhia.
Mas muitas vezes também, sinto vontade ou prefiro “estar só”.

Gosto disso. Gosto do meu cantinho, gosto do meu jeitinho, sou feliz comigo mesma.

Por que tantos estranham?

Mãe... a vida já é tanto burburinho que quando estou sozinha na minha casinha é tudo tão bom...

Sim, faltam-me algumas coisas na vida... mas não sei se são pessoas...
Tenho amigos, tenho família, tenho pessoas queridas por perto. Tenho pessoas que amo e estimo, perto ou longe, mas me que fazem “me sentir pertencente a este mundo”.
Tenho saúde, paz de espírito, prazer pela vida. Por que não posso querer estar sozinha?

Acho que estou sozinha por opção. Não por falta de opção...

Não estou sozinha.
Estou separada, descasada ou solteira, como queira definir ou interpretar.
Moro sozinha.
Tão esquisito assim?

Tem gente que “casa e constitui família”... mas se pudessem matariam uns aos outros. Outros o fazem realmente, de alguma forma...
Tem gente que vive cercado de gente, mas se sente sozinho.
Tem gente que se isola. Vive sozinho sem contato com o mundo lá de fora, e tem gente que vive sozinho sem ser por sua escolha ou decisão.
Por que lhe parece tão estranho eu querer viver comigo mesma?

Ai... meus filhos todos separados...

Pô, mãe!!! Não está bom assim?
Seus filhos todos separados mas com bons sentimentos e relações com aqueles com quem dividiram a vida em algum momento.
Seus filhos todos separados porque assim optaram, porque assim decidiram suas vidas.

Estou tão mal assim?
Tão mal assim ser “separada”? Ainda existe “mal” nisso aos olhos de alguém? É por isso? Diferenças culturais ou de geração? Ou aos seus olhos ainda possa lhe parecer ruim “estar sozinho”?

Seus filhos são todos meio esquisitos mesmo... Mas são felizes, cada qual do seu modo, com suas esquisitices. Uns bichinhos do mato... que ficam felizes quando estão ou podem estar sós.

Esquisitices ou particularidades à parte, estou comigo mesma.

E o limitezinho... que diferencia sim solidão e individualidade, acho que nasce aí.
E quando estas “se confundem”, é muita coisa que se perde e se confunde também...


Algum tempo depois voltei (sozinha...) a pensar e refletir sobre o assunto e os papos...
Cheguei a duas conclusões iniciais.

A primeira é uma loooonga história, papo para longas e outras horas e páginas...

A segunda é que “Sim, mãe. Talvez um dia eu até case de novo, mas vou preferir e continuar morando sozinha”.



... nessa casa se ouve Miles Davis

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

imagem da semana com imagens que não são da semana

mas que são "boas fotos de dani" e mereceram estar aqui...















... nessa casa se ouve Misfits

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

parece que padece

RJ, 04 de janeiro de 2009.

Estou cansada. Mas cansada e esquisita... (desta vez um pouco mais que o normal).

Parece que senti falta de ‘um abraço’... Mas não exatamente um abraço físico, um abraço humano...
Deu a sensação de sentir falta de ‘aconchego’, de repouso pleno. De descanso. Sossego ou alívio...

Parece que o que eu queria mesmo era uma “televisão”. O “abraço de uma televisão”...
O deitar e não fazer nada, ver o mundo passando em frente aos olhos, sem maiores assimilações, puro entretenimento.
Passar o tempo, sem me mexer... nem por dentro nem por fora...

Putz.

Fiquei péssima, me senti um trapo, um ser humano da pior espécie... deplorável, lamentável, vergonhoso...

Os pássaros cantando lá fora e você aí nessa ambição mundana...

Querendo o abraço de um aparelho de tv?
Senti-me carente... Mas... carente de uma televisão?
Desejando por esse conforto, por essa distração, como ambição e planos do dia...

Culpei-me.
Por que não sentindo vontade de ficar deitadinha lendo um livro?
Não quero pensar. Não quero digerir nada.

Cobrei-me.
Que merda! Começa assim... daqui há pouco está falando de personagem de novela como se fossem seus vizinhos.

Lamentei.
Carrego a “dor de corno” de pagar tv a cabo e não ter aparelho de tv para enfiar na tomada...


Pensei em ir ao shopping comprar uma TV. Deu preguiça e raiva. Mudei de idéia, desisti.

A vontade de ver TV passou só de imaginar o desafio!!!! Ruas com pedestres errantes, fazendo fila para tomar sorvete do mc donalds, vendedores de sorrisos tingidos me chamando de Dani (?) e dizendo “o que é melhor para a minha vida”, loiras-de-xoxota-preta me olhando torto como se eu fosse a anomalia, crianças cujo argumento é o berro, outras de salto alto (...) se equilibrando como em patins com mães de salto alto se equilibrando como em patins, barrigas suadas e desabotoadas com caras de churrasco-aos-domingos e olhos de lobo mau querendo comer a chapeuzinho...

Socorro!!!! Eu fatalmente iria recair em pensamentos obscuros... “Por que não se desintegram? Por que não se desintegram? Por que não se desintegram?”
Não tenho forças para sobreviver a tanto...

Vou ficar deitadinha, fazer cafuné no cotovelo até pegar no sono um pouquinho... Quando acordar devo apresentar “sinais de vida inteligente neste planeta”.
imagem da semana

Uma “sombra de mim” assistindo telas em branco.



... nessa casa se ouve Alice in Chains