terça-feira, 24 de julho de 2012

Rio, 24 de julho de 2012



Quando a escrita é, literalmente, meu ponto de fuga.
Da perspectiva distorcida. Das “coisas da vida”.
É vazão... o extravasar de sentimentos. Daquilo que não cabe (mais) em mim. Do que não tem fim.
Extrapola. Infla. Vaza.
Pura paixão. Puro sentimento. Alento de todos meus tormentos.
Às vezes escrevo o que gostaria de dizer. Ou de ter dito... Às vezes escrevo o que acredito. Às vezes escrevo como um grito!
Escrevo e choro. Escrevo e demoooooro. Escrevo que te adoro! Porque às vezes também escrevo o que não falo. O que calo. E o que não lhe falaria. Medo da água fria...
Dois pés atrás, rapaz...
Tenho tanto para dar que eu mesma me assusto!
Degusto o injusto.... o censurável e o imensurável.
E apesar de tão ousada, e de tanto dar a cara a tapa, às vezes me recolho. Encolho.
Total pressão. Total compressão. Repressão!
E apesar do (constante) exercício de transformar “tudo que seja medo em amor”, tem horas que este me aflige! Inquieta. Mas também me aquieta. Aahhh, a recusa... Porque sei que é real, que ele existe. Às vezes, triste. Então prefiro não vê-lo, abafá-lo. Roubo de mim mesma. Num jogo que nem entro. Pura angústia de expor, e de me expor... Puro desgosto da falta de retorno. Pura vergonha de mim mesma em admitir gostar de alguém, em aceitar minhas infâmias maiores... a torpeza e sua dureza.
Não quero nem preciso que sintas o mesmo. Não quero nem preciso que saibas.
Mas preciso por para fora. Preciso deixar sair!
Meu lado animal?
Selvagem e visceral? Incondicional.
Tão real, que decido guardá-lo com o bicho-papão embaixo da cama.
(os) Monstros de quem ama!



Transcrito tal e qual num papelzinho no meio da obra...
Sem revisões, sem acertos, talvez até sem nem muitas ponderações e reflexões... sem muito tino... mas sincero, franco, legítimo e atual – pelo menos por enquanto..


... e nessa casa se ouve Hoodoo Gurus

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