Porque
eu não quero nada que seja mais ou menos.
Não
quero o morno.
Seja
quente ou quente frio. Mas seja extremo!
Seja
inteiro! Seja máximo! Seja todo!
Eu
quero os extremos. Com seus exageros e excessos.
Por
piores que sejam... ou que possam parecer.
Não
quero o morno.
Não
cozinhe o galo... Não me cozinhe! Não me leve em banho maria!
Não
caibo!!!!!
Prefiro
lhe dar um banho de banheira, e talvez nunca mais lhe ver.
Prefiro
lhe fazer a janta, e lhe dar um beijo de despedida!
Do
que falsear meias palavras que são só da boca para fora.
Não
quero quem me ignora.
Quero
quem seja intenso.
Denso.
Sem senso.
Do
que o pretenso...
Do
que o dissimulado.
Disfarçado.
Amarelado.
Quero
acutilado!
Que
já foi rasgado e ferido.
E
sabe do que estou falando.
E
sabe o que estou sentindo.
Não
confio em quem não tem cicatrizes.
E
se não tiver nenhuma, melhor nem falar comigo...
Só
quem já foi rasgado sabe o que estou falando, o que estou pensando, sabe bem o
que é isso.
Quem
já foi cortado, ao meio ou até em mil pedaços, não usa mais a faca afiada.
Quem
já foi dilacerado, esmagado, moído, não ataca, não instiga, não mastiga e cospe
fora!
Quero
gente de verdade!
Com
suas verdades.
Incômodas?
Indômitas? Inquietas? Selvagens....
Sou
selvagem... por natureza.
Família
de cavalos selvagens...
Velozes.
Vorazes. (e liderados pelas fêmeas...)
Quer
domar a potranca?!
Cavalheiro
da corte, tão decadente quanto displicente, achando que pode ser cavaleiro do Pégaso?
Não pega!
Morre
pela queda.
Fica
perto de mim?
Agarra
em meu lombo e descobre que este é o seu lugar?
Onde
deveria estar. Onde poderia estar.
E
então sentir o vento na cara, que era o que procurava, e nem sabia...
Onde
queria estar, mas talvez se perdera no meio do caminho.
Onde
os sinos dobram, onde as palavras calam, onde estrelas estalam.
Perdeu
o passeio?
Chegou
atrasado na excursão da escola?
Viu
o ônibus, ao longe, indo embora estrada afora e deixando-lhe na pista.
Não
insista!
Fale
uma só vez, sem rodeios (no lombo do cavalo selvagem...), sem meias
palavras, sem vitrines, sem querer ser sublime.
Fale!
De
uma vez. Em uma apunhalada. Numa só tirada.
Mas
não me dê o silêncio.
Sem
que esse seja olhando em meus olhos.
Sem
que esse seja de comum acordo.
Só
se cale quando lhe faltarem palavras, e não cordialidades.
Só
me fale quando for real!
Que
de praxes e frases feitas o jornal me basta.
Acho
que é uma grande declaração se eu lhe disser: não preciso de você! Mas quero estar com você.
A
maior de todas que eu possa fazer...
Acho
mesmo!
E
é real.
É
sincera.
Assim
como eu.
Mas
que pode lhe parecer um capricho, uma impertinência...
Não
é.
Quando
o querer não é uma excentricidade, uma extravagância.
Mas
um fato.
Honesto.
Franco. Generoso.
“não preciso de você! Mas quero
estar com você”
É
uma afirmação.
Contemporânea....
Feminista e factual, talvez.
Mas
tão íntima... tão aberta, tão explícita e tão leal.
Tão
real....
Mas
a vida e o mundo estão tão loucos... que isso pode parecer um pedido de
fast-food, que pode parecer pirraça ou obstinação.
Não
é.
É
toda a minha verdade.
É
a maior declaração que eu possa fazer.
É
o meu mundo revirado pelo avesso, do umbigo passando pela goela, dizendo o que
me é mais sincero. O que é mais íntimo, o que é mais profundo, tudo que é
cavado do meu abismo. Todo meu aforismo.
Entendo...
É
difícil se adaptar à minha conduta... é difícil entender tamanho
desprendimento. É complexo ser fruto de uma educação machista e viver e
sobreviver hoje em dia.
Eu
não queria ser homem no século XXI....
Não
mesmo!
Porque
esses resquícios dessa visão machista são por conta das próprias mulheres.
Fruto
da sua própria arrogância e contradição... que lhe pede para abrir uma porta,
carregar uma sacola, ou sei lá o quê.
E
que lhe demanda ligar um dia.
Por
favor! Não me mande flores. Nem no meu velório.
Dê-me
um jardim.
E
regue-o comigo.
Mas
não siga regras, não se prenda aos costumes, não me chame de princesa.
Eu
sou diferente.
Eu
sou abrangente.
Sou
díspar. E sou ímpar.
Mas
sei... Não lhe dei brecha para baixar a guarda...
E
talvez o tenha deixado em uma situação de guarda em níveis napoleônicos...
Não
é uma afronta...
É
fato.
E
quem souber sair dessa, percebendo o lirismo que há, descobrindo o ardor, o
entusiasmo e a paixão, vira o protagonista da história de mim mesma que não sou
capaz de escrever... Que nunca consegui transformar em roteiro. Que nunca soube
fazer um final feliz.
Sou
poeta...
Das
‘amadoras’. Que simplesmente amam.
E
poetas são aqueles cujas pessoas entram em suas vidas com o único intuito de estragá-las
por um tempo...
Não
o faça!
Por
favor...
Porque
de poeta, amadora, amante, acirrante e acidulante, já estou bem.
Mas
se quiser “se envolver”, que seja uma invasão.
Enfiando
o pé na porta e dizendo a que veio.
E
se quiser “se dar”, que seja por completo, sem direito a trocas aos sábados.
...
nessa casa se ouve Nine Inch Nails
Nenhum comentário:
Postar um comentário