sábado, 2 de julho de 2011

"família da dani"

do baú...
03 de janeiro de 2011..

Então estávamos eu e Susana “trabalhando pelo escaipe”.
Eu cá, ela lá.
Àquela altura procurávamos uma foto de referência em bancos de imagem.
Eis que Susi não resistiu e disse ter achado uma foto “que era a minha cara”.
E ela falava isso enfaticamente... “é-a-su-a-ca-ra”!!!
Momento curiosidade total! Eu já imaginava uma linda e tocante instalação de arte em praça pública, um mundo de cores e sabores, um desenho aquarelado de Tim Burton ou um lindo vestido de bolinhas... Boto o arquivo para baixar e Susana já o havia nomeado: “família da Dani”.
A curiosidade vai aumentando... “Será alguma foto que ela tirou em SP? Será algo que ela achou na rede com a minha família? Alguma sacanagem da Susana? Família da Dani... coisa mais esquisita...”
O arquivo ali baixando e Susana “na legenda”:
- Sua cara, Dani. Impressionante!

A foto chega....

A primeira reação é com certa incompreensão...

- Não, Su. Não é minha família, não. - E pensando aqui com botões “eu sequer conheço essas pessoas”.
- Sua cara, né Dani? Até a barbinha por fazer do rapaz, olha lá.
- Não entendi...
- Dani – falava ela suavemente e com voz de quem sorri com ternura – é o que lhe desejo para 2011.
- Hã?
- Tudo de bom que você merece, que lhe desejo com todo meu amor, para você em 2011.
- Puxa, Su... – denunciava baixinho minha voz frustrada – é mesmo tudo que eu queria: um marido segurando uma galinha embaixo do braço, ir passear abraçada a um mini pinheirinho e um filho com cara de gnomo.
- Aiiii Dani, você não é nada poética!

Fiquei pensando exatamente o contrário... De tão poética que sou, é que tenho sensibilidade suficiente para perceber que não há muita poesia em desejar uma coisa dessas para alguém... Aliás, de tão poética que sou, é que acho que não entendo o que tanto minhas amigas ficam me desejando “companhias” por aí... Sou tão poética em minha “solitude”... e que é tão diferente de “solidão”. Acho que as pessoas têm medo da solidão. E acho que eu sei diferenciar bem o que é “solidão” do que é “solitude”. Acho ainda que, muitas vezes, as pessoas fazem grandes besteiras por medo de ficarem sozinhas. Não quero mesmo ter medos. Também não quero ficar fazendo besteiras por aí. Também não quero um marido, nem um que saia por aí com uma galinha no sovaco... Não entendo, juro que não entendo...
Depois, de tão poética que sou, fui olhar a foto com mais calma. E não é que achei divertido? A mocinha parece mesmo comigo. Parece assim... é classuda, elegante, perua, esbelta. Bota um vestido de florzinhas para ir até a loja de jardinagem. Tem minha cara sim... sou assim “temática”. Sou assim elegante e perua classuda.
Mas não preciso, nem quero, nem desejo mais outra família para mim, não...
Obrigada, Su!
Agradeço pelo carinho, lembrança e piada, mas hoje, não, ta! ;)           




... nessa casa se ouve Death cab for cutie

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