domingo, 26 de junho de 2011

“SUA CASA É COMO VOCÊ”

É que ouvi essa (de novo....) esses dias, e fiquei com a pulga atrás da orelha...
Na hora acho que eu nem consegui atinar muito as coisas... Estava pensando e sentindo outras coisas, e acho que fiquei mesmo sem reação... Nem para perguntar por que, nem em pensar o que é que isso possa dizer...

Não é a primeira vez que me dizem isso.
E eu mesma muitas vezes me pego pensando (exatamente) a mesma coisa...

Quando às vezes vejo que arrumo a casa como quem se arruma. Quando me sinto feliz por estar aqui, da mesma forma que também me sinto feliz comigo mesma. Quando percebo que ‘visto’ coisas na casa que, literalmente, faço-o comigo também. E por aí vai...

Na verdade, não me preocupo com o que os outros vão pensar da minha casa.
Aliás, muito pelo contrário - Quero a companhia e presença de gente que goste de MIM, e não da minha casa. Simples assim.

Mas parei para pensar...
É que a casa tem andado bagunçada... Certo estado de caos.
Ando doida para mudar (muitas) coisas, ando acumulando e protelando, esperando a já chamada “reconstrução de tóquio”...

E alguém que vem aqui pela primeira vez e fala uma dessa, me deixou curiosa...

Bom... disse que eu estava “concentrada” pensando e sentindo outras coisas, e não tive reação sensata imediata... E olha que sou uma figura que penso rápido... vivo bem de e com improvisos, medito para ajudar a estar atenta e presente no ‘momento presente’, e tudo mais. Mas me distrai... (e olha que é difícil alguém conseguir me tirar a atenção dessa forma...). Me distraí... e nem pensei nisso, acho...

Agora acho que eu devia ter pedido “2 adjetivos”.
- Dê 2 adjetivos para minha casa, plíz....
- Dê 2 adjetivos que embasem essa relação que você fez aí agora, plíz....

Afinal, isso pode ser algo ruim ou bom, né...
Sabe lá...

- Caótica e bagunçada?
- Esquisita e nonsense?
- Confusa e extravagante?
- Desleixada e tumultudada?
- Pequena e discreta? (hummm... essa é a menos provável...)
- Gostosa e aconchegante?
- Simples e prática?
- Charmosa e suficiente?
- Agradável e cheia de conteúdo?
- Surpreendente e fantástica?
- Linda e interessantíssima?

Ai, ai... Cada vez que eu “me distraio” fico em crise comigo mesma...

Já ouvi coisas interessantes sobre minha casinha...
         - “É praticamente um portal... sinto-me transposto para um lugar que só existe na imaginação!”
          - “Parece um cenário!”
- “Parece um cenário de livro! Desses que só existem na cabeça da gente.”
- “Todas as cores do mundo moram aqui. Tenho a impressão de que se eu procurar vou encontrar todas as cores e tonalidades possíveis aqui na sua casinha
- “O lugar mais incrível em que eu já estive!” – e essa eu adorei! Primeiro, achei que fosse piada e brincadeira... A figura conhece o mundo todo, já o rodou o planeta de ponta a ponta, e vem falar que o lugar mais legal que já viu é aqui?!? Chamei na xinxa, fiquei brava mesmo achando que era sacanagem, pedi satisfação explícita, e depois realmente me convenci ;)

Bom... A casa é simples. Assim como eu.
E sincera. Honesta.
A vida como um livro aberto (com algumas páginas coladas, mas um livro aberto...). Tudo á vista, à mostra, sem ‘caô’, sem maquiagens e caudas de pavão.
Só o necessário (mas com mais sapatos do que pés... na maioria das vezes..), só o funcional, só o que importa – inclusive a presença daqueles que aqui freqüentam ;)
Simples. Honesta e suficiente.
Interessante. Simpática...
Bonitinha, talvez... Apesar de eu ter crises com ‘julgamentos estéticos’ e todas as suas subjetividades....

Também já ouvi críticas a respeito.... Sobre a casa, eu digo. Sobre mim também, mas essas eu consigo sempre conversar na hora, graças a deus e a alguns anos de terapia.

- “Você devia ter vergonha de trazer alguém na sua casa”.
- “Isso aqui não é para você morar. Você devia se mudar daqui e ter um apartamento destes só para alugar”.
- “Você é muito pobre por morar assim”.
- “Me sinto mal na sua casa, não vou mais, prefiro esperar lá embaixo”.

É mole?
Na boa...
Não dá para agradar “gregos e baianos”, né...
E como já dizia um grande amigo “a intimidade é uma merda”... Pois sinceridade é uma coisa, grosseria e indelicadeza é outra.
Minha casinha não precisa agradar e satisfazer aos outros e sim a mim.
E sou feliz assim (ainda que com as crises de ‘reconstrução em tóquio’....).
E na boa de novo - quem me conhece e me ama PELO QUE EU SOU, não julga, não taxa, não evita... Vem pela minha companhia, para partilhar comigo de momentos únicos em um lugar que, pelo menos para mim, é especial ;)
Minha casinha é meu castelo. Ou quase uma casa na árvore....
Com todos os sabores (e as cores...) de conquista, realização, plenitude, superação, satisfação, prazer.
Sinto por ela como sinto por mim. Amo minha casinha. Do jeito (simples e verdadeiro) que ela é... Como eu também sou.




... nessa casa se ouve Lee Morgan

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