terça-feira, 21 de outubro de 2008

sem título para esta postagem...

Tenho uma aflição vigente...

É que eu mandei um e-mail comunicando aos amigos a existência deste blog...

Certa vez recebi um recadinho desses de um amigo. Achei simpático, entrei no link, li o que havia por lá, salvei nos favoritos. Vez em quando eu visito o tal amigo esquisito, mas ele nunca mais escreveu nada!!!!
Por que será que as pessoas fazem blogs para nunca escrever nada neles?
Não é a primeira pessoa que eu conheço que sofre desse mal.... aliás, a maioria dos blogs dos amigos é a coisa mais desatualizada que eu conheço...
Perguntava-me... será que eu vou fazer isso também? Será que alguém vai perceber? Vai vir aqui ler alguma coisa?

Mas voltando à aflição... mandei um e-mailzinho, meio malzinho, avisando que a portinha da casa estava aberta...

Como doeu mandar aquele e-mail....

Deu até um suorzinho na nuca, leve tontura....

Pensei 1000 vezes antes de fazê-lo....Mas, desta vez, pensei 1000 vezes em 15 segundos...
Certo medo... Medo de me expor? Medo ou vergonha, não sei bem...

Que será que acontece? Será que eu penso demais (e faço de menos...)? Por que tanta crise por tão pouco?
Tão pouco? Desde quando dizer o que penso é pouco?

Mas que deu um friozinho na espinha, deu... E, com freqüência, acontece isso. De eu ficar tão constrangida de me expor que titubeio no meio do caminho...
Dessa vez resolvi pensar rápido. Meio “agora ou nunca”! Algo como “fale o que sente e pensa agora ou cale-se para sempre”...

Minha nossa! Eu sou mesmo muito “bicho do mato”... Fiquei morrendo de vergonha...
Espero que ninguém leve a mal... acho que fico com medo dos outros, do que vão pensar... Sei lá...
Mas enfim, “aviso aos navegantes”: quem achar ruim, não o faça!
Não gostou, não come!
Acha chato, não leia!
Se for para reclamar ou criticar sem argumento, não precisa. Amigo que vem na minha casa é por minha causa, não para reparar se a casa está arrumada, não é mesmo?

Só sosseguei um pouco porque já estava feito mesmo, né... Vou fazer o quê? Engolir o e-mail de volta? Ligar para a Califórnia e pedir ao Google para interromper a transmissão de dados porque, no fundo, talvez eu não estivesse bem certa do conteúdo escrito...
Não rola...
Já é, já é... E sosseguei (muito) ‘mais ainda’ com a calorosa receptividade dos amigos. Deu uma sensação besta de que talvez eu não seja tão boba assim. Talvez seja mesmo interessante escrever algumas coisinhas que penso.
Aos amigos que me aturam (porque querem...), agradeço mesmo! Pois esse estímulo inicial foi fundamental.

Pequena crise número 2: é a tal da autocrítica... ou os rigores que às vezes nós mesmos instituímos em nossas questões só para ficar se remoendo depois...
Filosofava sobre isso tudo hoje cedo no banheiro... o “x” da questão acho que está na “revisão” ou na “finalização” das coisas.
Tenho mil coisas começadas (e, ainda..., não terminadas, na vida)... Tenho também mil coisas que escrevo. Poemas sem pé nem cabeça, histórias começadas, histórias-sem-fim, contos fantásticos esperando um desfecho, relatos cotidianos, impressões de mundo, registros de uma mente incansável, teorias, suposições, superstições e suspiros... e por aí vai...
Mas escrevo e muitas vezes nem eu mesma mais leio...
Escrevo e guardo. Guardo para que mesmo?

Nessa fase de remoer (e tentar arrumar as coisas... a casa e a vida e, no fundo, a mim mesma...) tenho encontrado tantas coisas guardadas (acho que ainda vou falar mais sobre isso outra hora...), e dentre estas uma quantidade absurda de papéis... Tenho até um caderno inteiro (mais papel...) só dizendo, definindo, interpretando ou inventando o que é um “papel”...
É muito papel... é papel, é papelzinho, é um papelão!
Tem papel desenhado, tem papéis meio rasgados meio amarelados, só com um desenhinho ali no canto... (desenhos também são um capítulo à parte...). Tem papel escrito pra cacete... haja letrinhas... Letrinhas combinadas que viram palavras, frases, ou quase uma enciclopédia inteira (que só define o que é “papel” na nossa vida...).
Enfim, tem muita coisa escrita mesmo. E a cada dia sai mais... e olha que eu tenho sempre a sensação de que eu penso e sinto mais do que eu consigo anotar, registrar ou fazer...

Mas voltando à angústia número 2 que falava... A questão da “revisão” e “finalização”... penso que boa parte das vezes as coisas não estão terminadas. Não têm um enredo amarrado, um contexto definido, um final coerente. Enfim, acho que não está “bom”, enfio em qualquer gaveta e blaáu... Nunca mais sei onde foi parar, nunca mais “terminei” ou fiz a bendita “finalização” que (eu achava que) precisava...
Nem tampouco a “revisão”. Não deu tempo, deixa p/ depois, e o depois já era...

Daí a ânsia pelo “por para fora”... E de imediato, titubeando cada vez menos, sem maiores arremates...

Quantas coisas são assim...
Aquela roupa que eu nunca usei, mas guardei porque “se eu fizer uma barra assim ou assado vai ficar jóia”, aquele desenho que “se eu pintasse ia ficar lindo”, um projeto fantástico “para um dia sair do papel”, e por aí vai...
Parou para pensar demais, já era...
Deixou para fazer a revisão até ter certeza de que era mesmo isso, idem...
A finalização? No dia “que estiver com tempo e com cabeça”? Ele não chega... Ou quando chega eu já estou entretida demais com uma nova idéia...

Resolvi fazer já!
(e acho que estou meio assim com tudo...)

Pode ser que o “textículo” que boto aqui não esteja tão bom (...), mas vai assim mesmo. Se não, fácil e inconscientemente, “vai acabar não indo”...

“penso, logo, mudo de idéia...”. Se um dia eu reler alguma dessas coisas todas e não gostar, não concordar ou não pensar mais assim... Que bom! Sinal de que estamos mudando, se movimentando, se transformando...
Quero apenas poder ter a certeza (?) de que “naquele momento”, era o que eu sentia, pensava, achava. Era o melhor que eu podia fazer, era o que eu tive vontade de dizer.
E ponto.

...nessa casa se ouve Santana

2 comentários:

Angel'S Space disse...

É sempre assim....ouço você dizer "penso, logo mudo de idéia" desde os nossos 17 anos!..E olha que essa é a idade da inconstância, da inconsequência...
E sempre pensando, e mudado de idèia não sei vai a lugar nenhum!!
Será que Santos Dummont pensou na loucura que ele estava prestes a fazer? Provavelmente não...e provavelmente também não escutou a ninguém que pudesse fazê-lo mudar de idéia..ainda bem!!
A vida é um imenso rascunho! Se der certo de primeira, ótimo, mas é tão bom rir do que deu errado!
É fazer o que a intuição (inteligência tb é bem vinda!) e só lá na frente é que se olha pra trás e aprende (e ri! Rir sempre, que é a melhor parte!)com os erros..
E é isso aí! Quando se faz da vida um rascunho "bem feitinho",os erros acabam charmosos..quase infantil..
Bom erros pra todos nós!
Beijos, querida.

Marconi C. Brasil disse...

Ah, Dani, vc me deu uma idéia! Como "não atualizo" meu blog - vc e a torcida do Flamengo estão certos - vou passar a escrever no teu.

Na verdade, minhas novidades são novidades minhas. Não tenho "lido" o mundo a muito tempo. Como me atualizar? Não é justificativa, nem esclarecimento... é culpa.

Gosto de "ler você" porque é uma leitura-reflexo... Cara, acho que estou gostando de me sentir culpado por não escrever tudo que quero e tenho arquivado (também tenho folhas e folhas de uns dizeres aí, desorganizados). Se a culpa é por ler alguém que admiro com proximidade é uma culpa boa.

Te amo menina. Vai em frente!!!