segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um beijo e um queijo


           Outro dia terminei um papinho com um amigo e me despedi com:
 - Um beijo. E um queijo.

Havíamos conversado, muito brevemente até, sobre comida (e o maravilhoso pecado da gula); suas feituras e gostosuras, especialidades e frugalidades e outras filosofadas rápidas e imediatas.
Pois bem:
- Um beijo. E um queijo.
E o doce rapaz pergunta:
- E qual a especialidade?
Eu juro que ia responder sincera e espontaneamente... Mas em 10 segundos ou menos “pensei rápido, fofa”, e respondi de acordo com as boas normas de conduta, com as morais e os bons costumes, e com o meu pingo de sobriedade, vergonha (na cara) e diplomacia (e também de acordo com outros papinhos que já havíamos citado):
- Especialidade? Fresquinho e gostoso.

Lembrando...
- Um beijo. E um queijo.
- E qual a especialidade?
- Fresquinho e gostoso.

Óbvio (!!!!!!) que eu falara do queijo!
Mas é óbvio que eu falara do queijo, não?
Está na cara que eu estava falando do queijo!!!

E o que é que o rapaz fala?!?
- Você é saidinha.

Então eu (berrei) com os meus botões: - Saidinha?!? Eu mereço?!?
Por partes:
1.     Se eu fosse saidinha, eu teria dito (e não apenas pensado): - Especialidade? Atrás da orelha.
2.       Se eu tivesse lhe respondido isso, aí sim eu estaria falando do beijo.
3.      Se eu fosse saidinha, eu já teria dito outras coisas... já teria falado outras coisas... talvez até feito outras coisas.

Acho que nada disso eu falei (...), mas devo ter dito algo do tipo:
- Não sou saidinha. EU, pelo menos, não acho. Acho que sou muito contida, sou tímida, sou discreta. Senão, você não faz nem idéia do que eu já teria lhe falado...

Acho também que eu parei o papo por aí...
Enrubesci... (um pouco de nervoso, um pouco de vergonha).
Calei.
Acho sim que eu (podia estar) estava falando do queijo.


... nessa casa se ouve Popa Chubby

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