sábado, 14 de março de 2009

to be continued...

Pois é, Marconi querido...

Eis a história que continua...

As filosofadas que passaram pelos escritos sobre solidão e individualidade foram looonge... Renderam caderninhos e mais caderninhos sobre a tal primeira das conclusões...

Segue um dos trechos recortado dos mesmos...

“(...) e que já sinto, percebi ou descobri há tempos, que (ainda...) carrego certo peso e medo de ”ficar sozinha” neste mundo... Contraditório, não?
É que sou a (muuuito...) caçula, e que, se a vida “seguir a ordem a natural e temporal
dos fatores”, vai chegar um dia que eu vou “estar sozinha”, sem a presença mais
amada da família mais próxima.
Ás vezes sinto certo medo disso. Às vezes dói quando paro para pensar (...)”.
E o papo comigo mesma rendera pacas... E a contradição é mesmo grande....

Pois acho que eu criei uma “armadura de defesa de meus próprios medos” tão grande e tão cedo que, apesar de amar tanto minha família e querer tanto estar junto, eu me ‘afastei’ de alguma forma.
E a tal “ordem natural e temporal” dos fatores também é tão contraditória quanto, pois eu mesma fui tão cedo até a porta-de-sabe-se-lá-onde e para cá voltei, creio que com missões e aprendizagens ainda a completar.
E a vida... sempre tão cheia de surpresas, nos mostra e ensina que “ordens naturais dos fatores” são parte das ‘grandes ilusões’ do mundo que nós mesmos criamos e nele vivemos.

Uma das conclusões saída daí era inspirada pela “continuidade da vida”, pela magia da vida que se renova quando uns morrem, outros nascem, e a vida e a família meio que se renovam também.

Pensei em passar mais tempo com a família. Pensei em mil coisas para fazer e viver com minha afilhadinha.

E então ela que se foi.

Aos 16 aninhos, de uma hora para outra. Fechou os olhinhos para abrir novamente só lá do outro lado.

O amor maior que eu já senti!

Não sei se eu consigo explicar tudo que sinto e senti, tudo que pensei e passei. Não sei onde e como as coisas ‘se explicam’. Talvez algumas não “se expliquem”, apenas “se sintam”. Mais papos para outra hora.

Sei que nossa passagem por aqui é mesmo uma grande escola. E um de meus confortos veio de uma frase que ouvi de meu irmão... “Bianca passou de ano, a gente aqui é repetente”.

Quando a gente pensa que sabe alguma coisa, a vida vem e nos dá uma sacudida... creio que para nos lembrar que estamos aqui mesmo para aprender e aprimorar.

Bianca foi (e é) para mim uma escola, uma mestra mesmo. Uma presença de puro amor e sabedoria. Que me toca e me ensina mais e mais sobre a vida, e cada vez mais.
Só amor, só sorrisos, uma paz tão ingênua e ao mesmo tempo tão sábia. Um anjinho que nos presenteou com sua companhia nesse breve tempo.

Sei que estou tranqüila, aprendendo com tudo e todos.
Renovando sentimentos, me enchendo de amor, buscando ser consciente, coerente e consistente.

Passei os últimos dias trancadinha por aqui, carnaval no “bloco-dos-que-não-saem-de-casa”.
Acho que arrumo a casa e de alguma forma arrumo a mim mesma.
Processos saudáveis e enriquecedores. Revendo e revivendo a vida, o mundo e a mim mesma.

Já fez 1 mês dessa reviravolta toda de vida...
Creio agora que a morte é quem mais nos ensina sobre a vida.
Creio que mudei, que estou mudada, que estou mudando...
Tive dificuldades de escrever esses tempos... pensei demais, senti demais, mas consegui escrever muito pouco... mesmo esse “textículo” que vos fala é fruto de praticamente uma palavra por dia... Mas passei a desenhar mais! A cada brechinha de tempo, e tenho feitos rabiscos cada vez mais coloridos.

Enfim, cá sigo.
Eu consigo.
E eu comigo.


Singela homenagem...


As últimas fotos que tirei da Bi, no fim de ano em SP.




Apesar de eu não ser muito “de mostrar a cara”, abro uma saudável exceção... Causa nobre e querida.
A última foto em que estamos juntas.
Fotografia Otávio Rodrigues.




... nessa casa se ouve Bad Brains

3 comentários:

O OLHO DO OLHAR DE PATRÍCIA!!! disse...

Suas palavras me calam...
Seu amor transborda, inunda meu monitor, aqui tão longe de você e ao mesmo tempo tão perto...
Sinto sua dor...não com a sua intensidade...mas dói...Acredite...
Meu coração se entristece e meus olhos enchem-se de lágrimas...
Suas palavras inundam o meu ser...
Dani Buuu!!! Dani Buuu!!!
Sempre tão intensa, tão sincera e tão leal...
Pessoas como você são únicas e insubstituíveis!!!
Tenho certeza que a pequena Bianca, terminou o que veio fazer aqui na Terra, ensinou o que pode e deixou inúmeras marcas na Família "Rodrigues dos Santos".
Lamento muitooooooooo!!!
A dor passará e dará lugar a saudade...
É punk!!! Não há como se conformar...
Como aceitar o inaceitável???
Como explicar o inexplicável???
Não há respostas minha amiga... Tente somente ser forte, aceitar e acreditar, que pra tudo há um plano - tem que haver - nós míseros animais "racionais" é que não sabemos apreciar a vida, os momentos e entendermos que estamos por aqui por um tempo "pré-determinado", nenhum segundo a mais nos será dado...não podemos perder as oportunidades que nos são concebidas...
Nossa vida não é um contrato, a nossa vida é fato!!!
Por isso, NÃO HÁ TEMPO A PERDER!!!
Pelo menos eu e você sabemos e sentimos na carne o que é "perder" alguém amado...
Não sou e acredito que você, parte de mim...metade de mim...também não seja efêmera...
Somos guerreiras!!! Somos gente pra xuxu!!! Mulheres sólidas, com conteúdo terno e brilhante, mulheres que sentem e vivem intensamente tudo o que há pra viver, pintamos as unhas sim, fazemos chapinha, usamos batom, mas não nos preocupamos muito com nossas "embalagems"...
Somos mais, muitooo mais...
Tenho certeza que a nossa pequena GRANDE Bianca tornaria-se uma de nós, hoje ela nos ensinará em pequenos sinais que veremos ao decorrer de nossas vidas...
Meus profundos sentimentos á toda a sua família, que também é minha por opção!!!
Fique em paz e com Deus!!!
Ele - mesmo não pareçendo em inúmeras vezes - deve saber o que faz e deve ter um plano pra cada um de nós...
Força minha Amada!!!
Estou aqui sempre e para todo o sempre!!!
Te amo muitoooooooo, mas muito mesmo, tanto que até dói meu peito...
Conte comigo sempre!!!
ღEscolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.
Eu quero você Dani Buu ao meu lado sempre e para todo o sempre... ღ
Milhares de Beijinhos de Luz no seu Coração!!!
Com carinho e amor,
Pat Cris ღღღღღღღღღღღ

Angel'S Space disse...

Confesso que queria escrever há mais tempo...queria, mas não sabia se podia, não sabia se devia... e ficava acessando e acessando seu blog e me fazendo a pergunta "quando vai voltar a escrever?" (mas já sabia a resposta.. "quando for a hora")...
Que bom que fiquei quietinha!! Sabe..acredito que quando a vida prega uma peça na gente, é melhor se voltar pra dentro...Curtir tudo com o amor mais intenso que se possa sentir..e aí aparece aquele tipo de amor mais dificil (e incrivelmente lindo!!) que existe..o AMOR INCONDICIONAL...aquele que nos ensina a aceitar as "peças da vida" e nos faz aprender, agradecer, entender e...deixa ir...a dor vai virando uma coisinha quase gostosa de sentir, um sentimento de gratidão, talvez...não sei explicar bem...não sei que não é ruim....
Sinto paz em ler as suas palavras..serenas e maduras...típico de quem não perde a oportunidade de aprender...
Dani, posso ser um pouco egoísta agora?
Nesse tempo em que fiquei sem suas experiências, quase que diárias, também me senti um pouco órfã...
Que bom! Que bom! Você voltou!
Cada um de nós temos o que merecemos! E vocês mereceram o presente que foi a Bianca!
E eu, agradeço a Deus por ter merecido você há tanto tempo em minha vida!
Amo-te,
Beijos

Marconi C. Brasil disse...

Quanto tempo?

Aliás, tempo é questão de "quantidade"? Ou não?

16 anos deve ter algum sentido. Perdi alguém também com 16 anos - alguém também MUITO importante.

Aos 16 anos pode-se votar, mas não dirigir.

Querem baixar a maioridade penal para... 16 anos - afinal, os "bodes-expiatórios" desse mundo estão ficando escassos.

E a dor é para quem fica... quem vai se qualifica.

Sinta-se abraçada por este amigo esquisito, que escuta mensagem na secretária eletrônica, mas lamenta ter perdido o número do telefone... e ainda assim, não vem aqui ver como você está.

Nessas horas é que surgem os trilhões de mensageiros da "autoajuda". Eu não tenho mensagens e não tenho dicas... não tenho lição de moral e nem texto bonito-para-fazer-chorar... Só estou aqui, te sentindo... e sabendo que você ainda é de carne e osso... Talvez escute "Fake Plastic Trees" ou "Fix You" (Coldplay, muito a ver)... Talvez não.

Eu estou aqui, prestes a desconectar de vez meu Blog... Mas ele é como nossas coisas guardadas para sempre: são parte de certos sentimentos.

Te amo muito, querida... Eu e a família Brasil toda.

Pois, uma vida vai... outra só está começando - e fazendo re-começar outras já quase caducas e apáticas.