Então
ouço dessas de novo esses dias:
-
Mas é que em seu blog você fala só de você...
Pooooxa!
Mas
a idéia é essa...
Já
falei sobre isso aqui...
Momento flashback: http://inloca.blogspot.com.br/2011/03/faq.html
E
é verdade. Pois se eu quisesse falar de outras coisas, falaria. Como ás vezes o
faço...
Falo
de mim porque é a parte que me cabe nesse mundo. E olha que às vezes até acho
que falo demais... Ô fofo, estou tão ‘desinteressante’ assim?
Veja...
Não falo dos outros nem nada de ninguém (raríssimas vezes os fiz.... e em outras
o fiz muito contidamente, de forma a não comprometer ninguém) propositalmente.
Pura
discrição da minha parte.
Uma
elegância...
Mas
falo de mim de um jeito peculiar também...
Sem medo de destruir o ego!
Sem
crises (com isso, pelo menos... as crises aqui são outras)
Falo
do avesso. Do falho. Do lado B.... Das fraquezas, das mazelas, das agruras e dificuldades,
das esquisitices humanas (ou minhas) também. Falo honestamente. Sincera e
abertamente. Um pequeno expurgar das paranóias.
Pequenas
sátiras da vida real.
E
a vida é real.
E
vamos falar sério?
Falar de si mesmo, assim
intimamente, não é pouca coisa, não!
Falar
de si mesmo, postando fotos no facebook (o shangrilá contemporâneo, né... onde
todos são felizes, sorridentes, enturmados, cheios de amigos, vivem de oba-oba
para lá e para cá), é fácil!!!!
Quero
ver falar das suas feridas!
Das
suas inquietações!
Quero
ver expor a sua intimidade em desabafos genuínos!
Isso
aqui é o (real e verdadeiro) espiar por um buraco da fechadura. Buraco que eu
permiti existir, ok.
Mas
é.
É
a vida como ela é...
E por falar em facebook, reparei que desde que
“lá entrei” passei a ser mais disciplicente ou preguiçosa com o blog...
Vejo
o tal como um blog coletivo, né. Passei a lá mesmo fazer algumas observações, expor
algumas opiniões, registrar alguma história.... O blóguinho perdeu um tanto com
isso... reconheço. (se já era lerdo e desatualizado, agora então...).
E
ainda “por falar em facebook”.... Cade a autenticidade e a opinião própria na
coisa?!? Cade mesmo?
Endosso
a campanha de uma amiga (e se aqui fosse o FB ela iria virar um link na
citação) de “assinar suas próprias aspas”!
É
isso!!! Diga uma (ao menos, uma) frase sua! Fale o que você pensa e sente!
Porque
repetir o que os outros disseram é fácil. Tomar os questionamentos dos outros
como se fossem os seus é raso. Botar foto do cachorrinho coloridinho dizendo
que odeia a segunda-feira é uma galhofa.... Agora me diz qual é a sua opinião a respeito! Qual é a sua impressão própria sobre um fato.
Tá...
eu pego leve.
Sei
que a humanidade é movida a identificações... se identifica com algo, quer
mostrar isso para o mundo também. Mas não é só isso!
É o olhar para dentro de si
mesmo...
E
vou te falar... não é fácil, não. Não mesmo.
É mais fácil se esconder em
superficialidades... Olhar para o que é seu é um desafio (mesmo se este for só uma
graça, ou uma coisa sem graça).
Você encontra as suas asas
mais coloridas e os seus buracos mais obscuros.
Lembro
que certa vez li uma frase de uma monja querida, que era mais ou menos assim (e
sim! Agora eu me permito usar frases dos outros!): “se você botar panos quentes em seus questionamentos, uma hora eles
explodem”.
Sacou?
Botar
o que é seu sabe-se-lá-onde, e ctrl+c ctrl+v de qualquer coisa pronta é uma
bobeira... Na boa, coisa do sobrinho adolescente, buscando definições, identidades
e identificações que sai por aí vomitando 200 desenhinhos que ele ache
engraçado.
Tá....
Tá e tá. Eu pego leve....
Mas
sentiu a comparação?
Um
adolescente é “O” serzinho sem identidade própria definida ainda (aliás,
adolescentes não têm nem formação biológica suficiente para terem critérios,
juízos e senso crítico elaborado e definidos de mundo).
E
você?
Aí
eu pergunto para mim mesma... E eu?
Ok.
Eu...
Eu
posso não ser tão interessante aos olhos dos outros.... Mas eu sou assim. E faço
alguns desabafos do meu cotidiano, que pode até ser sem graça, mas é meu. É autêntico.
Sou
eu experimentando a vida.
E ainda
justifico esse bloguinho.... acho que o faço com certa leveza, com certa brincandeira. Consigo rir de mim mesma!!! (e acho isso um privilégio). Consigo
me expor em banalidades (de uma forma sutil até) ainda que esteja no campo das
esquisitices humanas (das pessoas confusas, alteradas,
atrapalhadas, imprecisas, indecisas, caóticas, melancólicas, turbulentas,
complexas e complicadas)
Talvez
alguém goste, talvez não. Talvez alguém se identifique, talvez não. Talvez
alguém ache uma bobeira, talvez não.
Mas
para mim é válido anyway. (só o fato de eu conseguir por para fora é um
grande feito)
E
se estiver tão chato ou “exclusivista” assim - falando “só de mim ou das minhas impressões
sobre o mundo” não leia. Vá ler o globo e achar que isso sim é uma opinião
própria sobre algum fato, vá ver novela e achar que o que acontece é a vida
real, vá ler o mural dos outros no facebook e achar super legal um cachorrinho
coloridinho dizendo que ‘a vida é bela, a gente é que fode ela’.
Vá escrever...
E sim. Olhar para dentro é meta da minha vida. Conseguir pôr para fora o que vejo e sinto é um desafio e também uma
conquista. Pôr aqui no blógue é só amostra grátis, uma citação, por vezes uma insolência, uma leve dose de leveza e
algum humor.
E se quiser conhecer um
pouco mais, me liga, tá! Tomamos uma cerveja presencialmente e conversamos um
tanto sobre as opiniões e visões
próprias de mundo!
Bem-vindos!
... nessa casa se ouve Radiohead
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