Tenho passado bons momentos na cozinha da casinha.
Quando sobra uma brechinha de tempo, normalmente aos domingos, o ritual da cozinha é mesmo só alegria!
A música é boa, e sim! Eu cozinho cantando e dançando.
A comidinha é muito boa, e sim! Sou eu mesma que faço.
Tem sempre uma bebidinha para animar a festa, e não! Não sou uma cozinheira bêbada e babona.
E assim me divirto. Fazendo dos pequenos momentos, grandes eventos!
Botando leveza, prazer e sabor nas pequenas coisas da vida, nos breves tempinhos que consigo.
O ritual começa pelo aperitivo, sempre muito caprichadinho.
Na verdade, caprichadíssimo!
Fico hooooooras no aperitivo..... comendo, beliscando, bebericando, discotecando, cantarolando, picando, cortando, assobiando, cantando, mexendo a panela, enchendo a taça, fervendo água, corta salsinha, pica cebolinha, esvazia a taça, uma azeitona aqui, um pãozinho ali, corta cebola, lava o arroz, dança, enche a taça de novo, esvazia mais uma vez, lava verdura, dança e conta até três, e assim vaaaaai que é uma beleza, só alegria!
Minha irmã já o chama de “aperitite”, que é o “aperitivo que tira o apetite”.
Mas não é não. É a maior diversão. Tem dia que tem queijo, tem dia que tem pão.
Tem sempre uma bebidinha por perto...
O ambiente é agradável, a luz é linda, a cozinha da casinha é toda enfeitadinha.
Aliás, a luz desta cozinha combina com a xícara!!!!
Sim, essa é a luz da minha cozinha!
Não é o bicho? Não dá gosto mesmo ficar aqui cozinhando alegremente?
Quanto ao almoço....
Aaahhhh, o almoço...
Que bálsamo, que beleza, que alegria quando fica pronto!
Sempre uma delícia!
Talvez pela embriaguez e pelo estado de êxtase deixado pelo aperitivo, talvez pelo capricho, amor e esmero da cozinheira, talvez por estas e mais outras, mas é sempre uma delícia!
E então alguém talvez pergunte....
- Nossa! Por que sua comidinha é tão gostosa?
- Aahhhh.... ora, veja bem, sei lá.... Amor? Capricho? Tesão, envolvimento e dedicação? Ingredientes de primeira, cozinheira de segunda (ou melhor, de domingo...)?
- Não colou...
- Hummmm..... acho que é porque eu sou só faço coisas frescas e vivas, que nem eu. É que nessa casa não entra carne e sangue, tortura e assassinato. É que sou capaz de costurar a própria pele, sou capaz de tatuar o próprio corpo, mas não sou capaz de fatiar um bife.... Não armazeno carne morta na minha geladeirinha linda, não fatio carnes, músculos, veias e vias, não derramo nem faço escorrer sangue naquilo que preparo e que como. Só amor. Só frescor e frescura. Só vida e alegria!
- Hummm?
- Ok. Ok. As vezes temos cá um “subprodutos”, os “derivados”..... queijo, manteiga, ovos, essas coisas. Mas também há critérios.... Vou no ovo caipira, da galinha caipira (que é aquela que fala cocoricor). Não como ovo de “galinha paranóica”, como diz minha mãe.... Vou no da galinha que botou o ovo porque quis. Não foi ludibriada, não foi forçada, botou o ovo porque quis, por puro instinto e / ou frustração natural de seu organismo. Agora com o queijo, eu me rendo meeesmo... Acho que ovo eu como 1 vez a cada 6 meses. Queijo, se eu puder, eu como 6 vezes ao dia... Acho que é vício mesmo, em queijo branco, brie com pão quentinho e em gorgonzola com azeite.... Mas, para compensar, não tomo leite, não. Já passei da idade!
- Então sua comidinha é boa porque é fresquinha? Que nem você?
- Talvez... Mas acho também que é porque eu boto bons sentimento. Boto prazer e amor naquilo que faço. Busco fazer com alegria e leveza... Aí não vira obrigação, sabe? Nem peso, nem tarefa nem função... Vira a maior alegria mesmo. Quase uma devoção. Ah, e tem que ter bom humor também, né! A vida sem bom humor não vale a pena, não....
E por falar em bom humor da mulher TPM.... Ainda há de haver uma alma caridosa para me ajudar a botar caixinhas de som nos cantos da cozinha, lá no alto...
Aí sim! Não há domingo que resista!
Ainda bem que a casa é pequena e dá para ouvir em o “double surround” lá de dentro mas o dia em que eu botar o som na cozinha acho que não saio mais de lá.
... nessa casa se ouve The Smiths
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