segunda-feira, 30 de julho de 2012

Rio, 30 de julho de 2012.



Um dia de devoção, de introspecção, acho... Na verdade, estou assim um mês inteiro. Não tem como não estar, não tem como ‘passar batido’ ou ‘simplesmente’... Tenho que parar um tantinho, respirar fundo, sentir, amar. Tenho revirado 20 anos nos últimos 20 dias.
Como se o tempo fosse algo ‘mensurável’, e não uma grande arbitrariedade – que eu acho mesmo que o é....

Sensível!!!
Ao extremo. Profundamente. Em todos os sentidos.
Não digo ‘frágil’... Nem fraca.
Mas hoje é um dia em que estou alternado entre chorar e sorrir. Em que estou, particularmente, vivendo todas (?) ou tantas emoções. Em que estou intercalando momentos da ‘vida prática’ - suas necessidades e encaminhamentos - com o fundo profundo de todos meus sentimentos!
Muito amor, né?
Queria falar com tanta gente... Queria abraçar tanta gente... Queria partilhar a vida com tanta gente...
Agora, exatamente, agora, conforto-me ouvindo Beatles!
Bi, ouvi Beatles e Zappa o dia inteiro, tá! Minha sutil homenagem. Meus tributos mínimos... (confesso... Coldplay não ouvi, não... mas já ouvi até Blink 182 por sua causa um dia).
Meu amor!!!! “Let it be, let it be”.
Que tem um bolinho de laranja aqui e agora.
Que tenho um sorriso de profunda gratidão na minha carinha! Grata por termos nos encontrado!! Grata pelo tempo que passamos juntas aqui. Grata pelo presente que foste, e é (!!!) em minha vidinha -  Minha mestra! Minha lição de amor, minha lição de vida (!!!). Minha escola de amor! E da existência! Da (tentativa de) compreensão e entendimento desta - mais, mas muuuuito mais, que Sartre, que Dostoiévski, que Schopenhauer, Nietzsche, Heidegger, muuuuito mais que o próprio Sidarta! Muito mais que tudo e todos!
Pois acho que só com a morte é que fui aprender (um pouquinho...) mais sobre a vida!
Sobre o momento fugaz e tão efêmero que é essa tal de vida.
E aprendi um tantinho mais também sobre o que é o amor. E o quanto amo!!! Que às vezes pareço uma pateta... uma ‘deslumbrada’, uma piegas com síndrome de Poliana.
Talvez pela certeza de que tudo passa tão rápido... Talvez pela certeza de que um dia todos nos despedimos, de que forma for. Talvez pela certeza de que quero passar por aqui da melhor forma que eu possa! Aprendendo e aprimorando. Que Deus e eu me ajude com isso! Que as lições possam ser menos doloridas (?), ou do tamanho que eu possa assimilá-las e com elas aprender, talvez.
Tanta coisa que eu já tenho anotada aqui...
Tanta coisa que eu tenho em meu peito.
Tanta coisa que mal cabe em mim.
Sigo indo! Fazendo o meu melhor. Buscando por isso.
Elaborando e reelaborando a mim mesma, a minha própria existência, a nossa existência – todos os seres humanos, meus irmãos. Que uma hora a água bate na bunda e a gente vê que a vida é um suspiro... um surto que dura ‘um minutinho’ e se dispersa...
Tive “a” real sensação disso uma vez. Numa experiência muito louca (!!!), entre um misto de uma visão e uma abstração e uma fuga da realidade. Sei lá o que foi... Mas pra mim foi o estalo de que a vida, tal qual nos parece ou se apresenta, é mesmo um intervalinho de 5 minutos, um ‘vou ali pegar uma água e já volto’.
Como eu te amo!!!!
Eu sei que estás bem!
Certamente, cada vez melhor.
A gente que ficou aqui é que às vezes cambaleia, né?
Por isso é que estamos aqui... Fazendo estágio. Repetentes. Cheios de coisas para apurar e melhorar.

Pois bem, mil coisinhas...
Hoje mesmo o dia começou cedo. Antes mesmo do sol nascer. Aaahhh... a tal “vida prática” que eu ainda nem sei o quanto é ilusória ou não... Rezei, meditei, ofertei. Depois canteeei, até dancei um pouquinho. Tudo isso antes das 8h!!!! Continuo aqui visceral, intensa, ‘selvagem’ ao extremo.

Então resolvi levar as caixas de som para a assistência técnica...
Aaaahhhh, o apego... (?). Ou o cuidado.
Ou uma filosofia de vida, talvez.
Nesses dias “de arrumação”, que, no fundo, são “arrumações de mim mesma”, me desfiz de taaaaanta coisa. Coisas que só são coisas...
Mas tem coisas que resolvo cuidar, né?
São tempos tão esquisitos, e uma sociedade tão maluca, que às vezes parece mais fácil ser adepto do “descartável” do que da real consciência sobre as coisas.
Resolvi não jogar as caixas de som fora! (e só ontem foram 3 sacões de lixo embora!), hoje resolvi tentar consertar.
É um lixo a menos que eu gero. É uma produção a menos que eu incentivo no planeta. (e alguém por favooor proíba os chineses de fabricarem coisas que não duram porra nenhuma!!!!).
É conceitual, talvez... A família toda é assim, né? Cuida, preserva. – e além de ‘cuidadosa’, é também ‘enxerida’... A Lelê outro dia consertou uma furadeira capenga (???) sozinha! (orgulho da titia). J
Acho que a gente cuida de tudo...
 Tem certa preocupação com tudo, né? Com as coisas, com os objetos, com os sentimentos, com os relacionamentos.
Simplesmente não existe o “não funciona mais? Joga-se fora! Descarta-se!”.
É sempre um “uééé?! Não funciona mais...Por quê? Tem jeito?”
Ou melhor... “uééé?! Não funciona mais... porra!!!! caralho, cacete, cáspita, catzo!!! Caixinha de som de merda, não funciona!!!!! Por quê? Por quê? Por quê? Tem jeeeeeeito ou tá difícil?”
Mas a gente tenta recuperar em primeira instância... e se isso não funcionar é que se dispensa.

Lembrei até de quando me separei... e que na “conversa definitiva” eu usei uma metáfora bobinha, mas que na hora era mesmo a melhor forma de (conseguir) me expressar e dizer como eu estava vendo e sentindo as coisas... acho que relata bem essas relações de “recuperações e consertos” (ou não...).
Lembro que eu falei algo mais ou menos assim: “a sensação que eu tenho agora é como se o nosso relacionamento fosse um cristalzinho. Lindo! Uma jóia. Uma preciosidade. Mas que quebramos... deixamos cair das mãos e está aí espatifado em mil pedaços. Não dá mais pra recompor, não dá mais pra consertar, nunca mais vai ficar igual... E a gente corre o risco de, se continuarmos assim, assoprarmos a merda toda de cima da mesa! Melhor guardamos um pouquinho desse brilho, recolher as poeirinhas e preservar o que tem de bom! Do que deixar se perder por aí...”
Ou algo mais ou menos assim... (talvez um pouco mais prolixa, mas é que agora o assunto é mesmo outro!)
E “all you need is love, love is all you need”, como já diria meu querido Mestre Yoda!

Tempinho correu aqui.
Já nos juntamos via ‘escaipe’. Papos, fotos, risadas, sentimentos, telefone tocando, bolos de laranja, amor pra lá, amor pra lá. Oramos. Lembramos. Agradecemos.

Pelo presente que foste e é em nossas vidinhas!

E, dentre tantas coisas outras que lembramos e celebramos, fica por hora só um beijinho de boa noite (que a tal da vida prática, e minha-cama-que-tem-um-imã, segue me chamando....).
Por um dia novo que vem, a mais ou a menos (?).
Por um dia novo sem você por aqui, de uma forma, mas tão intensa de tantas outras!
Sigo tentando recuperar as coisas boas. Sigo tentando consertar o que pode ter jeito. Sigo tentando amar mais do que qualquer outra coisa. Sigo tentando ser um ser humano melhor, tirando proveito e aprendizagens na escala desse vôo por aqui. Sigo te amando!
Obrigada!



(# desabafos em um caderninho)



... e nessa casa (ainda) se ouve Beatles


terça-feira, 24 de julho de 2012

Rio, 24 de julho de 2012



Quando a escrita é, literalmente, meu ponto de fuga.
Da perspectiva distorcida. Das “coisas da vida”.
É vazão... o extravasar de sentimentos. Daquilo que não cabe (mais) em mim. Do que não tem fim.
Extrapola. Infla. Vaza.
Pura paixão. Puro sentimento. Alento de todos meus tormentos.
Às vezes escrevo o que gostaria de dizer. Ou de ter dito... Às vezes escrevo o que acredito. Às vezes escrevo como um grito!
Escrevo e choro. Escrevo e demoooooro. Escrevo que te adoro! Porque às vezes também escrevo o que não falo. O que calo. E o que não lhe falaria. Medo da água fria...
Dois pés atrás, rapaz...
Tenho tanto para dar que eu mesma me assusto!
Degusto o injusto.... o censurável e o imensurável.
E apesar de tão ousada, e de tanto dar a cara a tapa, às vezes me recolho. Encolho.
Total pressão. Total compressão. Repressão!
E apesar do (constante) exercício de transformar “tudo que seja medo em amor”, tem horas que este me aflige! Inquieta. Mas também me aquieta. Aahhh, a recusa... Porque sei que é real, que ele existe. Às vezes, triste. Então prefiro não vê-lo, abafá-lo. Roubo de mim mesma. Num jogo que nem entro. Pura angústia de expor, e de me expor... Puro desgosto da falta de retorno. Pura vergonha de mim mesma em admitir gostar de alguém, em aceitar minhas infâmias maiores... a torpeza e sua dureza.
Não quero nem preciso que sintas o mesmo. Não quero nem preciso que saibas.
Mas preciso por para fora. Preciso deixar sair!
Meu lado animal?
Selvagem e visceral? Incondicional.
Tão real, que decido guardá-lo com o bicho-papão embaixo da cama.
(os) Monstros de quem ama!



Transcrito tal e qual num papelzinho no meio da obra...
Sem revisões, sem acertos, talvez até sem nem muitas ponderações e reflexões... sem muito tino... mas sincero, franco, legítimo e atual – pelo menos por enquanto..


... e nessa casa se ouve Hoodoo Gurus

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Mas eu sou assim mesmo



           
Sim. Eu estava mal.
Eu estava péssima


Porque eu preciso me entregar às coisas. Porque eu preciso saborear e viver intensamente tudo.
Porque eu quero viver e vivenciar todos os meus sentimentos. Porque eu me jogo! Intensamente.
Eu preciso olhar o corte. Vê-lo aberto e sangrando. Para saber e lembrar como me cortei. Para lembrar do fio da navalha. Não posso abafá-lo, não posso simplesmente escondê-lo embaixo de um bandaid.
Eu tenho que olhar. Sentir. Pensar.
Digerir o indigesto. Ruminar... Mastigar cada sabor, cada textura.
E então fico mal mesmo! Parte dos meus processos talvez...

Porque eu já estive “muito mal” uma vez.
E sei que o buraco é profundo. E sei que o caminho é quase sem volta. E sei como foi difícil voltar. E sei que é um lugar que eu nunca mais quero ir de novo!!!

Mas eu só vou lembrar disso se eu sentir um pouco do bafo frio e cruel desse poço passando pela minha nuca de novo...

Quando é assim, uma das coisas que mais se ouve é “você vai ficar bem”... Sim, eu sei que eu vou ficar bem!
Mas eu preciso ficar mal. (e se um dia eu perder o controle, eu aviso... podem deixar!)

Sabe a figura que só vai saber dar valor a um prato de comida se um dia passar fome?
Eu preciso deixar a barriga roncar...
Preciso me entregar às sensações.
Ouvir os indizíveis.
Conhecer as minhas obscuridades.
Partir os indivisíveis.

Uma alquimia... Sentimental.
Onde eu quero saber quais são os ingredientes, as misturas e combinações. Onde eu quero inventar novas composições. Porque não há receitas, fórmulas, nem doses indicadas nem limites conhecidos dos venenos.
O elixir da vida... O transformar em ouro.

            Então ME PERMITO ficar mal!

Não tampo sóis com peneiras.
Não visto um santo para despir outro.
Não ‘abafo os casos’.
Não tenho ‘ponto morto’, nem marchas desengatadas. Prefiro até puxar o freio e dar um cavalo de pau.

Porque eu não falo “eu te amo” sem que isso seja intenso, vívido! (ainda que eu o faça regularmente...)
Eu não lhe dou um beijo como se fosse a terceira boca numa noite. (mesmo se nunca mais eu for lhe ver...)

Não calo meus gritos.
Não finjo que as coisas não existem!!

Urge passar pelo caminho. Conhecê-lo, descobri-lo, inventá-lo, transformá-lo, adaptá-lo. Experimentá-lo!!!
Para não seguir por aí andando em círculos, e nem atrás do próprio rabo!



            Porque eu sei que talvez seja só assim que eu fique bem!
Abrindo a porta que eu não quero mais entrar.

Porque eu nasci rindo. Sonora e copiosamente gargalhando.
Mas, para não banalizar, às vezes eu preciso chorar.



Mas então...

Eu estou ótima!!!!
Ou melhor, eu estou óteeeeema!!!

            Eu estou renovada. Consciente.
Feliz e sorridente.
Tranqüila. Comigo.

Eu estou inteira. E presente!

E também consciente de que também sou um presente. E que nem todos sabem recebê-lo...



... nessa casa se ouve Lobão