Um dia de devoção, de introspecção,
acho... Na verdade, estou assim um mês inteiro. Não tem como não estar, não tem
como ‘passar batido’ ou ‘simplesmente’... Tenho que parar um tantinho, respirar
fundo, sentir, amar. Tenho revirado 20 anos nos últimos 20 dias.
Como se o tempo fosse algo ‘mensurável’,
e não uma grande arbitrariedade – que eu acho mesmo que o é....
Sensível!!!
Ao extremo. Profundamente. Em
todos os sentidos.
Não digo ‘frágil’... Nem
fraca.
Mas hoje é um dia em que
estou alternado entre chorar e sorrir. Em que estou, particularmente, vivendo todas
(?) ou tantas emoções. Em que estou intercalando momentos da ‘vida prática’ -
suas necessidades e encaminhamentos - com o fundo profundo de todos meus
sentimentos!
Muito amor, né?
Queria falar com tanta
gente... Queria abraçar tanta gente... Queria partilhar a vida com tanta
gente...
Agora, exatamente, agora,
conforto-me ouvindo Beatles!
Bi, ouvi Beatles e Zappa o
dia inteiro, tá! Minha sutil homenagem. Meus tributos mínimos... (confesso...
Coldplay não ouvi, não... mas já ouvi até Blink 182 por sua causa um dia).
Meu amor!!!! “Let it be, let it be”.
Que tem um bolinho de
laranja aqui e agora.
Que tenho um sorriso de
profunda gratidão na minha carinha! Grata por termos nos encontrado!! Grata pelo
tempo que passamos juntas aqui. Grata pelo presente que foste, e é (!!!) em
minha vidinha - Minha mestra! Minha lição
de amor, minha lição de vida (!!!). Minha escola de amor! E da existência! Da (tentativa
de) compreensão e entendimento desta - mais, mas muuuuito mais, que Sartre, que
Dostoiévski, que Schopenhauer, Nietzsche, Heidegger, muuuuito mais que o próprio
Sidarta! Muito mais que tudo e todos!
Pois acho que só com a morte
é que fui aprender (um pouquinho...) mais sobre a vida!
Sobre o momento fugaz e tão
efêmero que é essa tal de vida.
E aprendi um tantinho mais
também sobre o que é o amor. E o quanto amo!!! Que às vezes pareço uma
pateta... uma ‘deslumbrada’, uma piegas com síndrome de Poliana.
Talvez pela certeza de que
tudo passa tão rápido... Talvez pela certeza de que um dia todos nos
despedimos, de que forma for. Talvez pela certeza de que quero passar por aqui
da melhor forma que eu possa! Aprendendo e aprimorando. Que Deus e eu me ajude
com isso! Que as lições possam ser menos doloridas (?), ou do tamanho que eu
possa assimilá-las e com elas aprender, talvez.
Tanta coisa que eu já tenho
anotada aqui...
Tanta coisa que eu tenho em
meu peito.
Tanta coisa que mal cabe em
mim.
Sigo indo! Fazendo o meu
melhor. Buscando por isso.
Elaborando e reelaborando a
mim mesma, a minha própria existência, a nossa existência – todos os seres
humanos, meus irmãos. Que uma hora a água bate na bunda e a gente vê que a vida
é um suspiro... um surto que dura ‘um minutinho’ e se dispersa...
Tive “a” real sensação disso
uma vez. Numa experiência muito louca (!!!), entre um misto de uma visão e uma
abstração e uma fuga da realidade. Sei lá o que foi... Mas pra mim foi o estalo
de que a vida, tal qual nos parece ou se apresenta, é mesmo um intervalinho de
5 minutos, um ‘vou ali pegar uma água e já volto’.
Como eu te amo!!!!
Eu sei que estás bem!
Certamente, cada vez melhor.
A gente que ficou aqui é que
às vezes cambaleia, né?
Por isso é que estamos
aqui... Fazendo estágio. Repetentes. Cheios de coisas para apurar e melhorar.
Pois bem, mil coisinhas...
Hoje mesmo o dia começou
cedo. Antes mesmo do sol nascer. Aaahhh... a tal “vida prática” que eu ainda
nem sei o quanto é ilusória ou não... Rezei, meditei, ofertei. Depois canteeei,
até dancei um pouquinho. Tudo isso antes das 8h!!!! Continuo aqui visceral,
intensa, ‘selvagem’ ao extremo.
Então resolvi levar as
caixas de som para a assistência técnica...
Aaaahhhh, o apego... (?). Ou
o cuidado.
Ou uma filosofia de vida,
talvez.
Nesses dias “de arrumação”,
que, no fundo, são “arrumações de mim mesma”, me desfiz de taaaaanta coisa. Coisas
que só são coisas...
Mas tem coisas que resolvo
cuidar, né?
São tempos tão esquisitos, e
uma sociedade tão maluca, que às vezes parece mais fácil ser adepto do “descartável”
do que da real consciência sobre as coisas.
Resolvi não jogar as caixas
de som fora! (e só ontem foram 3 sacões de lixo embora!), hoje resolvi tentar
consertar.
É um lixo a menos que eu
gero. É uma produção a menos que eu incentivo no planeta. (e alguém por favooor
proíba os chineses de fabricarem coisas que não duram porra nenhuma!!!!).
É conceitual, talvez... A
família toda é assim, né? Cuida, preserva. – e além de ‘cuidadosa’, é também ‘enxerida’...
A Lelê outro dia consertou uma furadeira capenga (???) sozinha! (orgulho da
titia). J
Acho que a gente cuida de
tudo...
Tem certa preocupação com tudo, né? Com as
coisas, com os objetos, com os sentimentos, com os relacionamentos.
Simplesmente não existe o “não
funciona mais? Joga-se fora! Descarta-se!”.
É sempre um “uééé?! Não funciona
mais...Por quê? Tem jeito?”
Mas a gente tenta recuperar
em primeira instância... e se isso não funcionar é que se dispensa.
Lembrei até de quando me
separei... e que na “conversa definitiva” eu usei uma metáfora bobinha, mas que
na hora era mesmo a melhor forma de (conseguir) me expressar e dizer como eu
estava vendo e sentindo as coisas... acho que relata bem essas relações de “recuperações
e consertos” (ou não...).
Lembro que eu falei algo
mais ou menos assim: “a sensação que eu tenho agora é como se o nosso
relacionamento fosse um cristalzinho. Lindo! Uma jóia. Uma preciosidade. Mas que
quebramos... deixamos cair das mãos e está aí espatifado em mil pedaços. Não dá
mais pra recompor, não dá mais pra consertar, nunca mais vai ficar igual... E a
gente corre o risco de, se continuarmos assim, assoprarmos a merda toda de cima
da mesa! Melhor guardamos um pouquinho desse brilho, recolher as poeirinhas e
preservar o que tem de bom! Do que deixar se perder por aí...”
Ou algo mais ou menos
assim... (talvez um pouco mais prolixa, mas é que agora o assunto é mesmo
outro!)
E “all you need is love, love is
all you need”, como já diria meu querido Mestre Yoda!
Tempinho correu aqui.
Já nos juntamos via ‘escaipe’.
Papos, fotos, risadas, sentimentos, telefone tocando, bolos de laranja, amor
pra lá, amor pra lá. Oramos. Lembramos. Agradecemos.
Pelo presente que foste e é
em nossas vidinhas!
E, dentre tantas coisas
outras que lembramos e celebramos, fica por hora só um beijinho de boa noite
(que a tal da vida prática, e minha-cama-que-tem-um-imã, segue me chamando....).
Por um dia novo que vem, a
mais ou a menos (?).
Por um dia novo sem você por
aqui, de uma forma, mas tão intensa de tantas outras!
Sigo tentando recuperar as
coisas boas. Sigo tentando consertar o que pode ter jeito. Sigo tentando amar
mais do que qualquer outra coisa. Sigo tentando ser um ser humano melhor,
tirando proveito e aprendizagens na escala desse vôo por aqui. Sigo te amando!
Obrigada!
(# desabafos em um
caderninho)
... e nessa casa (ainda) se
ouve Beatles